O livro que me impressionou tanto e não conseguia parar de lê-lo foi
Éramos seis de Maria José Dupré . A história de uma família, angústias,
educação dos filhos, a morte do pai e as dificuldades financeiras. A
luta da mãe para criar os filhos: 3 meninos e uma menina. Eles crescem e
cada toma o seu caminho ficando a mãe, Dona Lola, sozinha e até sua
casa ser vendida para ajudar o filho mais novo. E no final Dona Lola vai
para um asilo e sentada na varanda olha a chuva caindo e termina.
“Grossas gotas de chuva caem do céu sobre a terra, sobre as folhas das
árvores e sobre os telhados. Cor de cinza. Solidão”. No ensino médio
frequentava a biblioteca da escola, embora pequena, ficava na sala da
diretora, eu podia pegar os livros, manuseá-los e escolher qual iria
ler. E assim me tornei uma leitora, embora alguns livros trouxessem
temas que não me interessavam.
O ano passado tive a oportunidade de ler
As boas mulheres da China de Xinran. Um livro que conta as histórias das
mulheres chinesas por meio de entrevistas e relatos que são feitas no
programa de rádio no qual são lidas. A leitura das cartas é feita pela
jornalista Xinran que muitas vezes se emociona com os temas abordados. A
ausência de amor, submissão, escravidão, sem escolha de parceiro e o
desconhecimento do seu corpo e do sexo. Numa linguagem simples e
emotiva. Transborda indignação, dor e solidão, mostrando a fragilidade
da mulher numa cultura machista.